Já ouviu falar em Jornalismo Literário? Não? Então leia o post abaixo e seja bem-vindo ao Gonzo Jornalismo!

New Journalism
Ao longo da história do jornalismo, podemos perceber que foram muitas as tentativas de estreitar as relações do jornalismo com a literatura. Muitas delas fracassaram pelo excesso de lirismos, pelo excesso de parnasianismos no texto, e o resultado dessas experiências era algo indefinido: nem literatura, nem jornalismo.

Porém, outras tentativas foram bem sucedidas, entre elas o New Journalism. O Novo Jornalismo é um gênero jornalístico, surgido na imprensa dos Estados Unidos, no começo dos anos 60. Classificado como um romance de não-ficção, sua principal característica é misturar a narrativa jornalística com a literária.

Mesmo que o Novo Jornalismo não esteja sendo utilizado nos dias atuais com tanta frequência, ele ainda desperta atenção e curiosidade nos leitores. Isso mesmo! Temos certeza de que vocês, leitores, estão super curiosos para ler uma reportagem literária. Bom, o Culpa do Guto vai resolver o problema. Aqui vai um link do texto "Eles Venceram", de Bob Fernandes, que mostra o estilo desse Novo Jornalismo: Eles Venceram

“O Novo Jornalismo, embora possa ser lido como ficção, não é ficção. É, ou deveria ser, tão verídico, como a mais exata das reportagens, buscando embora uma verdade mais ampla que a possível através da mera compilação de fatos comprováveis, o uso de citações, a adesão ao rígido estilo mais antigo. O Novo Jornalismo permite, na verdade exige, uma abordagem mais imaginativa da reportagem e consente que o escritor se intrometa na narrativa se o desejar, conforme acontece com frequência, ou que assuma o papel de observador imparcial, como fazem outros...”
(Gay Talese)

Gonzo Journalism
Na segunda metade da década de 60 surge, em pleno auge das novas liberdades editorias, uma vertente do Novo Jornalismo: O Gonzo Jornalismo.
Gonzo é um estilo de narrativa em jornalismo, cinema ou qualquer mídia, em que o narrador abandona qualquer pretensão de objetividade e se mistura profundamente com a ação. O estilo surgiu nos Estados Unidos e Hunter S. Thompson*, um jornalista free-lancer do Estado de Kentucky foi o criador. Ele usou a palavra Gonzo pela primeira vez em 1970 para descrever um artigo. Thompson quebrou a barreira essencial que separa o jornalismo da ficção: o compromisso com a verdade.

Também chamado de jornalismo fora-da-lei, jornalismo alternativo e cubismo literário, o gênero inventado por Thompson tem sua força baseada na desobediência de padrões e no desrespeito de normas estabelecidas, além de abordar quatro grandes temas: esporte, política, sexo e drogas.

PS: O muppet Gonzo mandou um recado para o Culpa do Guto, pedindo para avisar todos os nossos leitores que ele não tem nada a ver com essa história de Jornalismo Gonzo. Pronto Gonzo, o recado já está dado! Agora, de volta a explicação.

*Hunter Stockton Thompson: (18 de Julho de 1937, Louisville, Kentucky, EUA - 20 de Fevereiro de 2005, Aspen, Colorado, EUA)
Thompson, esse coroa simpático da foto, foi um jornalista e escritor norte-americano. Ficou conhecido pelo seu estilo de escrita extravagante, aperfeiçoado em seu livro mais famoso, Medo e Delírio em Las Vegas (Conrad, 2007).
Hunter Thompson suicidou-se com um tiro de espingarda na cabeça em 20 de fevereiro de 2005. Ele deixou um bilhete em que se mostrava deprimido e sofrendo de terríveis dores após uma cirurgia na região da bacia. Seu corpo foi cremado e as cinzas foram lançadas ao céu por um pequeno foguete, em uma cerimônia bancada pelo ator Johnny Depp, seu amigo e que interpretou o personagem Raoul Duke na versão para o cinema de Medo e Delírio em Las Vegas.

New Journalism X Gonzo Journalism
O Gonzo Jornalismo é um gênero que, apesar de ser uma vertente do Novo Jornalismo, apresenta características singulares e, portanto, deve ser considerado de forma diferenciada.

Se no Novo Jornalismo a técnica de acompanhar a fonte por semanas ou mesmo meses a fio recebia o nome de imersão, no Gonzo Jornalismo o termo demonstra-se insuficiente posto que a imersão neste gênero implica um envolvimento muito mais pronunciado do repórter com o objeto do seu trabalho. Esta afirmação, contudo, não significa que um artigo gonzo exija mais tempo de investigação do que um encaixado nos padrões do Novo Jornalismo, mas sim que necessite de uma proximidade maior entre o investigador e o que é investigado, a ponto dos dois se mesclarem e se confundirem.

Há quem diga que o gonzo não é jornalismo, uma vez que os textos não são imparciais, nem sérios, além da falta de objetividade e seriedade com que a notícia é tratada, fugindo a todas as regras básicas do jornalismo. No entanto, o gonzo está tendo cada vez mais adeptos, pois muito de seu jornalismo passa pelas funções expressivas da Comunicação e da Literatura.

Gonzo Jornalismo no Brasil:
Hoje em dia no Brasil, o mais famoso repórter gonzo é Arthur Veríssimo, que escreve para a Revista Trip, mas também podemos encontrar o Gonzo Jornalismo em várias edições das Revistas Playboy, Piauí, dentre outras publicações nacionais e sites.
Clique Aqui para ler o texto "E Soa o Gonzo!", de Arthur Veríssimo, para a Trip.

Segue abaixo um vídeo da BBC que fala um pouco sobre Hunter Thompson e seu Gonzo Journalism:
(Ah, sinto muito mas não achamos o vídeo legendado! Então aproveitem para, também, treinar o inglês)




Culpada: Beatriz Ferrete
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Site de Referência

Um comentário:

  1. Pois é. Por acaso, mês passado twittei sobre o documentátio The Life and Work of Dr. Hunter S. Thompson, antes da aula sobre Jornalismo Literário. Tem por aí pra baixar...Mas sem legendas em português. Não foi lançado por essas bandas e o público é ínfimo... Mega vale a pena.

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