Se você não se lembra que dia é hoje, Culpa do Guto vai ajudar você. Nesse domingo, dia 3 de maio de 2009, comemora-se o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. E para homenagear, vamos sair da nossa periodicidade e publicar algo falando sobre o assunto. Depois de pensar muito, resolvemos não escrever sobre a censura em si. Seria um tanto superficial fazer isso, porque a história da censura na imprensa é longa e persistente. Então, resolvemos falar sobre o papel do Pasquim na censura.
Extraordinariamente, o texto não foi escrito por nenhum “Culpado”, é de autoria de Cacá Jacomucci, professor de História do Objetivo Sorocaba, usado na aula “Brasil: Cultura e Resistência nos Anos 60 e 70”, no contexto de Sons e Imagens do Século XX.
Boa Leitura.
Pasquim: a resistência com humor
Na tradição de publicações, que desde o começo do século XX usavam o humor da charge para criticar a sociedade e a política, como O Malho, Fon Fon, Careta e Dom Quixote, a década de 70 contou com a irreverência e ousadia de O Pasquim. Formado por um bando de jornalistas e cartunistas sem trabalho na grande imprensa e criado num bar na Cinelândia (Rio de Janeiro), surgiu como um jornal comportamental, tratando de temas que ainda eram tidos como tabu: sexo, feminismo, drogas, contracultura, divórcio. Tornou-se cada vez mais politizado e crítico ao regime militar conforme a perseguição dos militares aumentava. A sutileza e inteligência dos textos e charges (muitas charges) conseguiam burlar a censura, quando não embebedavam o censor ou produziam uma quantidade imensa de matérias e o jornal que chegava às bancas era aquilo que sobrava após os cortes.
Jaguar, Ziraldo, Henfil, Paulo Francis, Angeli, Luis Carlos Maciel, Tarso de castro, Millor Fernandes, Sérgio Cabral, Fortuna, foram alguns dos nomes que escreveram e dirigiram o jornal durante suas décadas de existência. Prisões de todos na redação, apreensão dos exemplares nas bancas, telefonemas ameaçadores, eram parte do cotidiano do jornal durante a ditadura militar. Seus leitores eram universitários, intelectuais, artistas, todos que encontravam em suas páginas aquilo que a grande imprensa não ousava publicar.
O nome “pasquim” significa panfleto difamatório, jornal de baixa qualidade, e foi escolhido justamente para esculhambar com aqueles que inevitavelmente se sentiram incomodados com sua publicação. Eram freqüentes as longas entrevistas, sempre em tom descontraído, quando não de deboche. Ficou famosa a entrevista de Leila Diniz onde os infindáveis palavrões foram substituídos por (*), impostos pela censura. Uma charge gozando Pedro I levou todos para a cadeia.
Jaguar, um dos fundadores do jornal, declarou: “haveria um grande suspiro de alívio da grande imprensa brasileira se o Pasquim fechasse, porque era um jornal que sacaneava a desinformação que a grande imprensa passava para o público.” Esse era o objetivo do jornal, ser crítico de tudo que era estabelecido às autoridades, o moralismo das elites, os bons costumes da classe média, a história oral. Várias frases publicadas pelo semanário, criticando o autoritarismo do regime militar ficaram famosas na época:
“Em terra de cego, quem tem um olho emigra.”
“O importante não é vencer, é sair vivo.”
“Quem é vivo sempre desaparece.”
“Imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados.”
Com o afrouxamento da censura no início dos anos 80, outros jornais e revistas começaram a ocupar fatias do público do Pasquim e, lentamente, o jornal agonizou, sendo extinto em 1991, cumprindo um papel fundamental tanto no sentido de informar, como no de formar uma nova leva de jornalistas e cartunistas que arejaram a “engravatada” imprensa brasileira.
Jaguar, Ziraldo, Henfil, Paulo Francis, Angeli, Luis Carlos Maciel, Tarso de castro, Millor Fernandes, Sérgio Cabral, Fortuna, foram alguns dos nomes que escreveram e dirigiram o jornal durante suas décadas de existência. Prisões de todos na redação, apreensão dos exemplares nas bancas, telefonemas ameaçadores, eram parte do cotidiano do jornal durante a ditadura militar. Seus leitores eram universitários, intelectuais, artistas, todos que encontravam em suas páginas aquilo que a grande imprensa não ousava publicar.
O nome “pasquim” significa panfleto difamatório, jornal de baixa qualidade, e foi escolhido justamente para esculhambar com aqueles que inevitavelmente se sentiram incomodados com sua publicação. Eram freqüentes as longas entrevistas, sempre em tom descontraído, quando não de deboche. Ficou famosa a entrevista de Leila Diniz onde os infindáveis palavrões foram substituídos por (*), impostos pela censura. Uma charge gozando Pedro I levou todos para a cadeia.
Jaguar, um dos fundadores do jornal, declarou: “haveria um grande suspiro de alívio da grande imprensa brasileira se o Pasquim fechasse, porque era um jornal que sacaneava a desinformação que a grande imprensa passava para o público.” Esse era o objetivo do jornal, ser crítico de tudo que era estabelecido às autoridades, o moralismo das elites, os bons costumes da classe média, a história oral. Várias frases publicadas pelo semanário, criticando o autoritarismo do regime militar ficaram famosas na época:
“Em terra de cego, quem tem um olho emigra.”
“O importante não é vencer, é sair vivo.”
“Quem é vivo sempre desaparece.”
“Imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados.”
Com o afrouxamento da censura no início dos anos 80, outros jornais e revistas começaram a ocupar fatias do público do Pasquim e, lentamente, o jornal agonizou, sendo extinto em 1991, cumprindo um papel fundamental tanto no sentido de informar, como no de formar uma nova leva de jornalistas e cartunistas que arejaram a “engravatada” imprensa brasileira.
Culpada: Camila Oliveira
Como dito antes, créditos para o Professor Cacá Jacomucci, autor do texto na íntegra.
Como dito antes, créditos para o Professor Cacá Jacomucci, autor do texto na íntegra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário