Mas aí está ele. Agonizante, é certo. Mas ainda aí. Tantas vezes se reinventou, mudou, aperfeiçoou-se, descobriu em tempo o que seu consumidor precisava. Os jornalistas esperam ansiosos para ver qual será o próximo avanço, tal qual herói de quadrinhos que surge no último instante para salvar o dia. Porque, assim como o menino que gritou lobo, não conseguimos mais acreditar que é o fim.
É o fim. Porque o consumidor assim decreta, e porque o modelo que o jornalismo “impresso” criou, nos últimos 14 anos, é impossível de sustentar. Querem colocar a culpa no Google. Querem pôr a culpa nos jovens, que “não tem mais a capacidade de concentração que o impresso requer”. Besteira. Um modelo que se baseia somente em anunciantes para gerar renda e acredita que pode continuar alimentando o internauta com conteúdo gratuito e descartável é auto-sabotagem.
Há também aqueles que argumentam que esta mídia como um todo é obsoleta. Talvez seja. Pois ao se falar em grande público, nas classes C e D, naqueles que não consomem conteúdo digital, tem que se entender que esta maioria não consome o JORNAL. Usam de revistas de variedades, programas de rádio, telejornais. Mas aos olhos do povo, o jornal impresso, 200 anos depois, ainda é elitista.
Indiscutível é o fato de que é nossa responsabilidade, como futuros jornalistas, de tomar consciência do nosso verdadeiro papel, e continuar a reinventar o gênero, para que sobreviva. Informação de qualidade, que provoca a reflexão, requer pessoas treinadas e remuneradas para fazer um bom trabalho. Resta encontrar maneiras simples, e eco-sustentáveis, de fazer com que o público volte a pagar por isso.
Fontes:
How to save your newspaper – Publicado na Times Magazine de 2 de março de 2009
Will the internet kill newspapers?
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Para saber mais:
Newspaper death watch - Um blog americano com a proposta de narrar o renascimento do jornalismo
Culpada: Rejoice Sunshine Strauss
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